A Petrobras tem hoje mais de 300 campos. Mas a maior parte da produ��o est� concentrada em 82 deles, segundo a Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP). Em 65 desses, ou seja, quase 80 % , o volume de produ��o n�o chega a 20 mil barris por dia. O resultado operacional da petroleira est� concentrado em 20 campos, incluindo alguns de menor express�o, que juntos respondem por 90 % do total de �leo produzido. Hoje, o principal campo produtor � o de Lula, no pr�-sal da Bacia de Santos. A maior parte da produ��o, por�m, ainda � da Bacia de Campos, que j� representou 78 % do �leo produzido no Pa�s e hoje corresponde a 64 % . Vaz ressalta que a escolha por manter ou n�o uma �rea deve ser feita caso a caso, dependendo do custo de extra��o e da produtividade. "Mas tudo leva a crer que quanto menor a escala, menores os ganhos e maiores as perdas com a queda da cota��o do petr�leo", afirma. No caso dos reservat�rios em que a produ��o n�o chega a mil barris por dia, como em 28 campos da Petrobras, "� de se esperar que n�o sejam vi�veis", diz Vaz. A estatal trabalha com custo de extra��o para �reas do p�s-sal em cerca de US$ 24 por barril. Para o pr�-sal, o valor seria pr�ximo a US$ 8, sem considerar os investimentos em infraestrutura e log�stica. Segundo a empresa, em m�dia os custos associados � produ��o em �guas profundas se equilibram com o barril de �leo cotado entre US$ 35 e US$ 45, o que tamb�m despertou desconfian�a no mercado sobre a viabilidade da produ��o. Hoje, ap�s as �ltimas quedas, a cota��o est� em US$ 31. Na �ltima semana, em coletiva de imprensa, a diretora de Explora��o e Produ��o (E&P), Solange Guedes, descartou rever projetos ou devolver �reas � ANP em raz�o das oscila��es da cota��o. Segundo ela, no "conjunto de oportunidades em diferentes est�gios de produ��o", a opera��o no pr�-sal � competitiva. "Avaliar hoje, sem que o movimento tenha entrado numa estabilidade m�nima, � bastante prematuro. A n�o ser que houvesse sinaliza��o firme, n�o especulativa, de que a ind�stria de petr�leo vai operar at� 2040 com pre�os abaixo de US$ 25 por barril. A� ter�amos de rever projetos", afirmou Solange. Alternativas Segundo analistas, petroleiras do porte da Petrobras tendem a se desfazer de �reas de menor porte, porque n�o condizem com seu perfil de atua��o. "Campos menores tendem a ser repassados para companhias menores. Isso est� ocorrendo no Mar do Norte. Dependendo do custo de produ��o de um campo, mesmo com o pre�o do barril baixo, pode interessar a outras empresas", avalia o consultor John Forman, ex-diretor da ANP. Maur�cio Canedo, da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), ressalta que a Petrobras, ao contr�rio das demais petroleiras, manteve essas �reas no seu portf�lio por decis�o estrat�gica. Em 2014, a companhia solicitou � ANP a renova��o de mais de 260 concess�es que vencem em 2025. Entre elas, as principais produtoras como Roncador, Marlim e Albacora, todas na Bacia de Campos, e �reas de baixa produ��o, como Ubaruna, com volume m�dio de 2 mil barris por dia. A renova��o est� em an�lise pela ag�ncia reguladora. Para se desfazer das �reas onde a produ��o n�o � recompensada pelo atual pre�o do petr�leo, a empresa tem tr�s op��es: suspender o contrato de concess�o e devolver a �rea para a ANP - o que custaria bilh�es de reais -, mant�-la ou vend�-la. A melhor alternativa, segundo Forman, � repassar a outras companhias para gerar receita e compensar investimentos. Apesar da negativa da diretora de E&P, desde outubro circulam no mercado informa��es sobre a venda de �reas maduras e terrestres da Petrobras. O plano, que integraria a estrat�gia de vender at� US$ 14,4 bilh�es em ativos at� o fim do ano, abarcaria a oferta de 180 campos maduros em Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe. Procurada para falar sobre a viabilidade dos campos menores, a Petrobras informou que avalia de forma cont�nua a avalia��o de sua carteira de projetos. "Os campos marginais, que por sua maturidade apresentam produ��es pequenas, t�m infraestrutura instalada e seus investimentos foram realizados no passado", afirmou a empresa em nota. "Processos de otimiza��o t�m sido regularmente aplicados de forma que a receita supere os custos operacionais, mantendo, dessa forma, a rentabilidade da produ��o."